Ludovic Carème

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Retratos

O retrato não é simplesmente a fotografia de alguém. É outra coisa. A nuança pode parecer mínima, quiçá insignificante, mas por mais leve que seja, ela tem um nome: o do fotógrafo.
Um retrato não é a imagem de alguém. É a imagem do encontro entre um fotógrafo e um modelo. É a imagem da relação de forças que se estabelece no momento da foto. Diante da vontade do modelo de dar de si uma imagem controlada, muitas vezes ascética, o fotógrafo tem que mostrar resistência e dar sua própria visão da pessoa de quem deve fazer o retrato.
Ludovic Carème é um fotógrafo resistente. Com um respeito infinito pelo seu modelo, mantém um domínio total tanto do enquadramento como da luz e do instante, suas armas para afinar sua escrita. Sua capacidade de dirigir os modelos faz com que seus retratos fotografias, ao longo dos encontros, desenhem um universo e uma visão muito próprios.
Trabalhei com freqüência com Ludovic. Pedi que fizesse retratos de pessoas famosas, mas também de desconhecidos. Todas as vezes ele soube adaptar seu ponto de vista ao de quem encontrava-se à sua frente, irreverente diante dos poderosos. Sabia também dar provas de uma imensa humanidade diante daqueles que apresentavam uma trajetória difícil, caótica.
Duas imagens me vêm à lembrança. O retrato de Omar Bongo, sobre quem Ludovic Carème colocou um olhar pintado com uma evidente ironia. Usando os artifícios do portrait de cour, ele conseguiu deslocar essa imagem com humor. A segunda imagem é o retrato de uma senhora desempregada de mais de cinqüenta anos. Nessa imagem, por meio da justeza da distância com a personagem e da recusa à frontalidade, Ludovic conseguiu dar a essa senhora, no tempo de uma imagem, um instante de imensa dignidade. Parafraseando Jean-Luc Godard, não se tratava justo de uma imagem, mas de uma imagem justa. Como muitas vezes são as imagens de Ludovic Carème.

Laurent Abadjian

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